Espetáculo “O Terceiro Sinal” revela o humor e o caos por trás dos bastidores do teatro

A comédia, dirigida por Paulinho Machado, conta com grandes nomes do teatro baiano no elenco e aposta na metalinguagem para homenagear o próprio processo de montagem teatral

“O Terceiro Sinal” traz à cena os bastidores de um espetáculo que está a 50 minutos de sua estreia. Um jovem diretor encantado e entusiasmado com a magia do teatro, escala duas atrizes e dois atores experientes e mais velhos para compor o elenco desse espetáculo que, através do humor – muitas vezes nonsense – traz em seus diálogos e acontecimentos os traumas, problemas e particularidades de cada atriz/ator e dos bastidores do fazer teatral real, com seus problemas de falta de verba, incentivo e valorização do artista.

“Esse é meu espetáculo de formação e já faz um tempo que venho sentindo a necessidade de falar sobre nós, nós que fazemos teatro, e expor os percalços pessoais, dos atores, das diferenças, dos dilemas de cada um, mas também estruturais, como a falta de verba e incentivo para trabalharmos de maneira digna. O texto de Claudia, mulher nordestina, baiana, traz isso com propriedade, mas também com leveza. É uma grande homenagem ao teatro baiano e ao teatro feito no mundo inteiro também”, explica o diretor.

Paulinho também revela que através dessa metalinguagem é possível explorar uma estrutura dramatúrgica de comédia misturada com melodrama, semelhante ao Cinema Noir e a produção artística do final do século XIX e da década de 50, utilizados como algumas das principais referências ligadas à forma de atuação, figurino, tempo, energia, e também sonoridades, incorporando a atmosfera da música que era produzida e consumida naquela época, em especial o Jazz, interpretado por artistas como Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Chet Baker, entre outros.

“Essas referências estão presentes de diversas formas no espetáculo, em toda estética dessa peça que acontece dentro do espetáculo que estamos apresentando, mas também no próprio espetáculo através do suspense, do clima de tensão das conspirações e planos que acontecem na história, além do dramalhão, desse “exagero” na atuação, isso é muito cinema noir, então faz sentido incorporar também as referências visuais e musicais da época”, reforça Paulinho.

Ao longo do espetáculo, o público participa de uma experiência imersiva, que transcende os limites do palco e incorpora todas as partes do teatro, como as arquibancadas, o proscênio, as portas laterais, e a cabine de luz. A ideia é que o público tenha a perspectiva de quem está dentro de um teatro antes mesmo do espetáculo acontecer e acompanhe duas realidades simultâneas, os bastidores de uma peça dentro de outra peça.

Para além do humor, “O Terceiro Sinal” também evidencia a importância do teatro e principalmente de todos os profissionais envolvidos para fazer uma montagem acontecer, ressaltando as dificuldades e obstáculos do processo e ao mesmo tempo brincando com as falhas, medos, traumas, conquistas e, sobretudo, com o senso de coletividade sem o qual a arte não sobrevive.

SERVIÇO:

Espetáculo – O Terceiro Sinal

Data: 09, 10, e 12 de fevereiro (quinta, sexta e domingo – não haverá apresentação no sábado, dia 11)

Local: Teatro Martim Gonçalves

Horário: Quinta e Sexta às 20h, Domingo às 19h.

Ingressos: $20 (Inteira) | $10 (Meia-Entrada) – Disponíveis no Sympla: http://encurtador.com.br/cipu0

SOBRE O DIRETOR:

Nascido no sertão baiano, Paulinho Machado é ator, diretor, poeta, cordelista, músico e artista circense há 15 anos.  Artista circense com habilidade em malabares, pirofagia e palhaçaria e músico com habilidade em violão, canto e percussão em geral, possui experiência em récita e escrita de poesias e literaturas de cordel, fez cursos na École Nationale de Cirque, em Montreal, na CAL - Casa das Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, fez parte de oficinas com Laila Garin, Tânia Nardini, Jean-Jacques Lemêtre (Thêatre du Soleil), entre outros cursos na área das artes. O Terceiro Sinal é o espetáculo de formatura de Paulinho Machado em direção Teatral pela Universidade Federal da Bahia.

FICHA TÉCNICA:

Direção: Paulinho Machado

Ass. de Direção: Isaac Ribeiro

Elenco: Evelin Buchegger, Luiz Pepeu, Victor Sampaio, Rodrigo Villa e Evana Jeyssan

Elenco de Apoio: Vitor Rafael

Musicista: Rosa Denise

Texto: Cláudia Barral

Direção de Produção e Produção Executiva: Charles Morais

Produção de Platô: Adrián Araújo

Preparação Vocal: Marcelo Jardins

Cenografia e Figurino: Guilherme Hunder

Iluminação: Otávio Correia

Orientação: João Sanches

Assessoria de Imprensa e Comunicação: Estúdio Arroyo


Fotos de: Charles Morais